Crônica de Bar: A que categoria você pertence quando excede no álcool?
- debarembarra
- 1 de fev. de 2018
- 5 min de leitura
Saiba que até cientistas já definiram os tipos de bêbado.

Esta mensagem é pessoal e intransferível, o que significa que é contigo mesmo. Mas, se não for, leia se conhece alguém que a mensagem subliminar deste artigo pode revelar.
Primeiro, conheça os tipos mais comuns e os camuflados que foram analisados pela sabedoria popular e aproveite as dicas para identificar. O conselho é que, caso sirva como luva ou você finge que não tá nem aí ou cai na risada. Lembre-se que rir é o melhor remédio, pois não tem contraindicação nem dá ressaca.

“Bebum Festeiro”. Esse só bebe de sexta a domingo - período mais propício para celebrações – e sempre a custo zero. Geralmente, só precisa contar com a grana da passagem de ida, porque na volta tem sempre um amigo preocupado que dá carona até sua casa. Você vai identificá-lo com um copo na mão andando de um canto a outro atrás do garçom, como hipnotizado pela bandeja flutuante e repleta de generosas doses.

Tem também o ‘Bebum Melodramático” aquele que vai para o bar todo dia e se emociona até com o copo de cana. Tem gente que esvazia a bexiga, mas esse deságua em profusão pelos olhos. E como chora, coitado, ao som da música, quando alguém o chama, quando levanta, quando cai novamente. Chora muito!

Há o ‘Bebum Médium”. Pode prestar atenção, bastam uns dois ou no máximo três copos e esse tipo de bêbado adquire poder sobrenatural. É da categoria que parece estar sempre acompanhado de seu lado sombrio, fala e abraça algo que de alguma forma misteriosa e invisível aos olhos dos reles mortais, - ...ui, dá até arrepio! - está ali.

Ou o que é lastimável, o “Bebum Safadão”, mas não se iluda, esse é do tipo que não canta, apenas dança. Geralmente, a bebida dá um viciante efeito colateral em uma de suas mãos, que não sossega até bulinar alguém, o pior é que é nessas horas que sempre surge uma mão vinda não se sabe de onde ao encontro do seu nariz. Os efeitos são catastróficos.

O mais hilário é o ‘Bebum Gênio”, mas não daquele que sai ou entra na garrafa. Aquele que impressiona pelo número de garrafas que consome e sempre contesta os cálculos quando o garçom lhe entrega a nota. É capaz de fazer equações inacreditáveis com a matemática, sempre procurando dividir o valor de tudo que consumiu até com desconhecidos.

Um dos mais simpáticos é o ‘Bebum Team”, um tipo que predomina entre adolescentes que vivem se gabando por estarem bêbados e “se achando” até rolar um repentino apagão do consciente. Muitos ainda sofrem de efeitos cumulativos, pois bastam algumas horas de sono e molham a cama.

O mais desagradável é o ‘Bebum Chato”, ele parece um cricri, chega perto de você e fala muito, e o mais ‘chato’ é que até hoje ninguém conseguiu decifrar essa linguagem, dizem que é um dialeto raro, beirando a onomatopeia. Se você encontrar algum desse tipo em uma festa, vai perceber que ele está agindo quando vir algumas rodas de amigos se dissipando apenas com sua presença.

Tem ainda aquele que classificam como “Bebum Agregador”, ele é até fofo, pois agrega valor a tudo, à bebida, ao bar, à roda de amigos, aos outros clientes, aos garçons, ao maitre, e toda gente que está passando lá na rua, enfim, ele quer envolver o mundo com um grandioso abraço.

Já para o “Bebum Nômade” sua terra natal é o planeta Terra, bebe em um lugar, depois vai fechando bar de bairro, de cidade, de estado, até de país. E como geralmente bebe para esquecer, ele passa a vida procurando o local onde realmente mora.

Um tipo que ainda não entrou em extinção é o “Bebum Neandertal” – que assim que bebe dá uma de brutamontes, sai querendo arrastar qualquer menina até pelos cabelos, e pior é que em vez de falar, emite sons guturais, às vezes fica dando gritinhos como um alucinado incivilizado o ‘tempus todus’.

O “Bebum Zumbi” é fácil de identificar, fica tão tonto que tudo que ele deseja é seu cérebro, sua capacidade de raciocinar, seu discernimento. Às vezes fica tão chapado que tem uma experiência de quase morte, volta com uma palidez cadavérica, mas basta dar dois passos, que morre de novo. Em moto-contínuo até apagar de vez.
Entretanto, existem aqueles que o próprio nome já dá ideia real de quem são, como “Bebum Tarado”, que pega todo mundo e no dia seguinte afirma que não se lembra de nada; o “Bebum Filósofo”, que quer reinventar a Dialética e ao mesmo tempo discursar sobre o Sexo dos Anjos; o “Bebum Solidário” que enche a cara, não somente a sua como a de todos que estiverem ao seu redor; o “Bebum Rico”, que já chega em algum lugar pagando bebida para todos; o “Bebum Feliz”, que faz até o impossível para arrancar um sorriso de você; enfim, existem milhares de termos e adjetivos que simbolizam um bêbado nas mais diversas situações.

A ciência, por sua vez, afirma que existem apenas quatro tipos de bebum. Pesquisadores da Universidade de Missouri, EUA, publicaram um estudo onde analisaram o comportamento de 374 estudantes universitários, com idade de 18 anos em média.
0s estudantes tinham que analisar suas personalidades e a de seus companheiros de bebida, uma vez bêbados e quando sóbrios, em face de cinco fatores preponderantes para a análise, como extroversão, estabilidade emocional, estado de consciência, afabilidade e intelecto.
A pesquisa associou cada tipo de bêbado a um personagem famoso na história, como:
Bêbado Ernest Hemingway – o escritor que presumiu que poderia beber qualquer quantidade de whisky sem chamar urubu de meu louro ou ver o mundo girar ao vivo e a cores.
40% assim foram identificados, pois não revelaram mudanças expressivas de comportamento ao passar da sobriedade à embriaguez.
Bêbado Mary Poppins, comportam-se como a babá otimista.
14% assim se revelaram como extremamente agradáveis, simpáticos e amigáveis quando bêbados, querendo agradar a todos e muito extrovertidos mediante a ação do álcool.
Bêbado Professor Aloprado – uma referência ao personagem imortalizado pelos atores Jerry Lewis e Eddie Murphy – que sofre uma ação química que revela seu lado extrovertido e social.
19% dos participantes se situaram neste grupo. Os bêbados desse perfil são até mais tímidos quando sóbrios e de uma exacerbada extroversão quando alcoolizados.
Bêbados do tipo Mr. Hyde – esses são os tipos sinistros como o próprio médico – monstro – o personagem de Robert Louis Stevenson.
22% apresentaram uma tendência a serem menos responsáveis, menos inteligentes e muito mais hostis sob a influência do álcool.

Mas, o estudo porém tem lá suas limitações, o universo pesquisado, por exemplo, é de estudantes com nível universitário, a maioria de pele branca, que, logicamente, fazem parte de apenas uma pequena parcela demográfica. Mas, com isso, os pesquisadores esperam que esse tipo de classificação de “tipos de bêbados” sirva, pelo menos, para auxiliar a dar personalizações em casos de alcoolismo. O estudo foi publicado na revista especializada Addiction Research & Theory.
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